sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) não é uma doença, ou melhor dizendo é um transtorno neurobiológico, inicialmente vinculado a uma lesão cerebral mínima. Nos anos 60, devido à dificuldade de comprovação da lesão, sua definição adquiriu uma perspectiva mais funcional, caracterizando-se como uma síndrome de conduta, tendo como sintoma primordial a atividade motora excessiva. Existe também o Distúrbio do déficit de atenção sem hiperatividade. O transtorno nasce com o indivíduo e já aparece na pequena infância, quase sempre acompanhando o indivíduo por toda a sua vida.

O transtorno se caracteriza por sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade, mesmo quando o paciente tenta não mostrá-lo. Existem vários graus de manifestação do TDAH, os mais caracterizados são tratados com medicamentos, como o cloridrato de metilfenidato (Ritalina em sua versão comercial). Recebe às vezes o nome DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) ou SDA (Síndrome do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, as iniciais de Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD.)

Na década de 80, a partir de novas investigações, passou-se a ressaltar aspectos cognitivos da definição de síndrome, principalmente o déficit de atenção e a impulsividade ou falta de controle, considerando-se, além disso, que a atividade motora excessiva é resultado do alcance reduzido da atenção da criança e da mudança contínua de objetivos e metas a que é submetida. É um transtorno reconhecido pela OMS (Organização Mudial da Saúde), tendo inclusive em muitos países, lei de proteção, assistência e ajuda tanto aos que têm este transtorno ou distúrbios quanto aos seus familiares. Há muita controvérsia sobre o assunto. Há especialistas que defendem o uso de medicamentos e outros que, por tratar-se de um Transtorno Social, o indivíduo deve aprender a lidar com ele sem a utilização de medicamentos.

Segundo Rohde e Benczick o TDAH é um problema de saúde mental que tem como características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento, bem como a baixo desempenho escolar; podendo ser acompanhado de outros problemas de saúde mental. Os autores Rohde e Benczich, caracterizam o TDAH em dois grupos de sintomas.
A imagem da esquerda ilustra áreas de atividade cerebral de uma pessoa sem TDAH e a imagem da direita de uma pessoa com TDAH. Há certa controvérsia sobre o estudo do Dr. Alan Zametkin que produziu estas imagens, pois as crianças que fizeram parte do estudo tinham maioritariamente disfunções severas.

Sintomas relacionados à desatenção:
* não prestar atenção a detalhes;
* ter dificuldade para concentrar-se;
* não prestar atenção ao que lhe é dito;
* ter dificuldade em seguir regras e instruções;
* desvia a atenção com outras atividades;
* não terminar o que começa;
* ser desorganizado;
* evitar atividades que exijam um esforço mental continuado;
* perder coisas importantes;
* distrair-se facilmente com coisas alheias ao que está fazendo;
* esquecer compromissos e tarefas.
* Problemas financeiros,
* Tarefas complexas se tornam entediantes e ficam esquecidas
* Dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo prazo

Os sintomas relacionados à hiperatividade/impulsividade:
* ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado;
* não permanecer sentado por muito tempo;
* pular, correr excessivamente em situações inadequadas;
* sensação interna de inquietude;
* ser barulhento em atividades lúdicas;
* ser muito agitado;
* falar em demasia;
* responder às perguntas antes de concluídas;
* ter dificuldade de esperar sua vez;
* intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.

Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade; além disso os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis meses.

As pesquisas têm apresentado como possíveis causas de TDAH a hereditariedade, problemas durante a gravidez ou no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo) ou problemas familiares como: um funcionamento familiar caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução, famílias com baixo nível socio-econômico, ou famílias com apenas um dos pais. Famílias caracterizadas por alto grau de agressividade nas interações, podem contribuir para o aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição desafiante nas crianças. Segundo Goldstein, alguns fatores podem propiciar o aparecimento do TDAH quando em condições favoráveis, por isso as causas do TDAH são de uma vulnerabilidade herdada ao transtorno que vai se manifestar de acordo com a presença de desencadeadores ambientais. A ansiedade, frustração, depressão ou criação imprópria podem levar ao comportamento hiperativo.

Quem pode diagnosticar TDAH?

O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, podendo ser feito por profissional que conheça profundamente o transtorno e uma vez diagnosticado, o tratamento baseia-se em medicação se necessário e acompanhamento psicológico, fonoaudiológico ou psicopedagógico. O termo hiperatividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas erroneamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como portadora de TDAH. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra) ou psicólogo especializados podem confirmar a suspeita de outros profissionais de áreas afins, como fonoaudiólogos, educadores ou psicopedagogos, que devem encaminhar a criança para o devido diagnóstico. Hoje já se sabe que a área do cérebro envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do cérebro) responsável pela inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento para o futuro. Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um órgão cujas partes apresentam grande interligação, fazendo com que outras áreas que possuam conexão com a região frontal possam não estar funcionando adequadamente, levando aos sintomas semelhantes aos de TDAH. Os neurotransmissores que parecem estar deficitários em quantidade ou funcionamento, em indivíduos com TDAH, são basicamente a dopamina e a noradrenalina, que precisam ser estimuladas através de medicações.

Algumas pessoas precisam tomar estimulantes como forma de minorar os sintomas de déficit de atenção/hiperatividade, entretanto nem todas respondem positivamente ao tratamento. É importante que seja avaliada criteriosamente a utilização de medicamentos em função dos efeitos colaterais que os mesmos possuem. Em alguns casos, não apresentam nenhuma melhora significativa, não se justificando o uso dos mesmos. A duração da administração de um medicamento também é decorrente das respostas dadas ao uso e de cada caso em si.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_do_d%C3%A9ficit_de_aten%C3%A7%C3%A3o_com_hiperatividade

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Attention Deficit Disorder (ADD)

Segurança e Saúde no Trabalho
Artigos Técnicos



Por: José Roberto Garcia Dias
E-mail: jrkdias@sercomtel.com.br
Engenheiro de Segurança do Trabalho


Uma tradução que atende bem ao "Attention Deficit Disorder" (ADD), é "Distúrbios do Déficit de Atenção" (DDA). Mas, para nossa comodidade vamos usar a sigla ADD, sempre que estivermos nos referindo ao fenômeno.

O estudo do comportamento humano não é novo. Na Antiga Grécia, o médico Hipócrates estudou o perfil psicológico humano classificando-o em: Colérico, Fleumático, Sangüíneo e Melancólico, atribuindo características próprias de comportamento para cada um destes elementos. Em 1902 o Dr. Carl Jung foi um dos primeiros a estudar cientificamente os tipos de personalidade. Hoje são vários os modelos utilizados na intenção de explicar o nosso comportamento.

Os primeiros relatos sobre o ADD vêm de 1902, com um médico Britânico chamado George Fredric Still, que trabalhava no Royal College of Physicians. Naturalmente, outros prosseguiram com esse trabalho. Nos anos 70 destacou-se o trabalho de Virgínia Douglas, no Canadá, e nesta década são destacados os trabalhos de Russel Barkely. Portanto, não é um assunto novo, não é modismo, nem coisa de americano, mas é a realidade à qual devemos nos manter atualizados.

O ADD é bem visível na criança que possui o problema, daí alguns acharem que é coisa da infância, mas recentes pesquisas mostraram que 50 a 75% dos casos continuam na fase adulta.

Na criança o ADD se revela quanto a ATENÇÃO: dificuldade em se concentrar; é desatenta; esquece o que estava fazendo; deixa de fazer os deveres; os professores estão sempre lhes chamando a atenção; é muito desligado.

Age IMPULSIVAMENTE, não consegue esperar por sua vez de falar; interrompe quem está falando; responde antes de ouvir a pergunta toda; explode com facilidade; é sempre motivo de gozação da turma, mas por outro lado gosta mesmo de aparecer; adora viver perigosamente e portanto está sujeito a acidentes.

O ADD com HIPERATIVIDADE é bem visível, na medida em que a criança está sempre agitada. Não consegue ficar sentada, gosta de subir, movimenta pés e as mãos, age como se tivesse um motorzinho interno que nunca se desliga, nem quando está dormindo pois tem um sono agitado.

O ADD não acontece somente com o indivíduo hiperativo pode acontecer sem a hiperatividade, e neste caso, ele se comporta como se estivesse no mundo da lua.

A infância nos interessa, porque somos pais e vamos ter condições de entender melhor nossos filhos e ajudá-los, lembrando que eles terão que enfrentar a concorrência no futuro com outros que não são portadores do ADD.

É grande em nosso país o desconhecimento quanto ao ADD na fase adulta e mesmo no meio médico, o assunto é pouco conhecido.

Até recentemente acreditava-se que os sintomas do ADD desapareciam na adolescência. Atualmente sabe-se que os sintomas permanecem na idade adulta em cerca de 70% dos casos.

O adulto com ADD apresenta problemas no trabalho e no relacionamento, além de problemas emocionais.

Estes são os principais sintomas que apresentam os portadores de ADD na fase adulta:

1. Desorganizado: sem a estrutura da escola, sem o apoio dos pais, tudo fica difícil, esquece compromissos, perde coisas e está sempre chegando atrasado.
2. Procrastinação crônica: Dificuldade em dar inicio ao que quer que seja, deixando as tarefas sempre para depois e com isto aumentando sua ansiedade.
3. Muitos projetos ao mesmo tempo: começa um, abandona, inicia o segundo, não termina, o terceiro, e assim por diante. O tempo passa e ele se frustra pois não conseguiu terminar nem um deles.
4. Tendência de dizer o que vem a mente sem se preocupar se é tempo ou local adequado.
5. Freqüentemente à procura de novos estímulos, baixa tolerância à monotonia.
6. Se distrai com facilidade, dificuldade de concentração, se perde no meio de uma leitura, esquece o que estava falando.
7. Impaciência, baixa tolerância à frustrações, como quem diz: outra vez....
8. Impulsivo, tanto no verbal como na ação, explodindo com facilidade. É um gastador impulsivo e o dinheiro nunca é suficiente. Muda de planos de carreira com certa freqüência.
9. Tendência de se preocupar sem necessidade. Procura no horizonte algo com o que se preocupar.
10. Sensação de insegurança: não importa quão estável esteja a situação ele se sente como se o mundo fosse desabar.
11. Mudança de estado de humor inesperadamente.
12. Inquieto: movimento com os dedos; levanta da mesa; sai da sala com freqüência.
13. Baixa auto estima: este problema está diretamente ligado aos maus resultados obtidos em toda a vida.
14. Pobres observadores: normalmente eles se sentem inferior a outros que estão no seu mesmo nível.
15. A sensação de não conseguir seus objetivos.

Estes são apenas alguns dados onde você pode se orientar e orientar outros a procurar auxílio médico.

Por apresentarem muitos desses problemas acima, é natural que as pessoas tenham dificuldade em suas profissões. Podem perder o emprego por mal relacionamento, desorganização, e as vezes simplesmente abandonam o trabalho por tédio.

Pergunta-se então: isso tem cura? tem remédio? o que pode ser feito para melhorar???

Bem..., cura não tem, mas tem remédio, e muito se pode fazer para se ter uma vida como a maioria dos não portadores do ADD.

O remédio mais eficaz utilizado atualmente é uma substância chamada metilfenidato. Este tem um efeito paradoxal, principalmente para nós engenheiros, porque a substância é um estimulante. Acontece, porém, que no elemento portador do ADD ele diminui a hiperatividade e aumenta a capacidade de concentração. Naturalmente ele não cura, é como usar óculos; tirando os óculos, a deficiência volta.

É claro que para utilizar este medicamento é necessário passar por uma avaliação médica. A auto medicação é totalmente reprovada, mesmo porque a aquisição deste medicamento só é possível através de médicos credenciados.

Outro ponto importante é a educação, ou seja, a informação não somente para o indivíduo mas para toda a família sobre a natureza do ADD e suas manifestações ao longo da vida, enfatizando a origem neurobiológica e com isto libertando essas pessoas da carga de culpa que carregam por anos. Quanto mais se sabe sobre o ADD mais fácil fica a condução do tratamento para atender as próprias necessidades. A habilidade em educar as pessoas que o rodeiam é crucial. O ADD tem um profundo impacto social, na família, no trabalho e no ambiente escolar.

A curto prazo o psicoterapeuta pode ajudar o paciente identificando as deficiências que estão associadas ao ADD.

A longo prazo o psicoterapeuta pode ajudá-lo através de técnicas de como manter o senso de humor, ter um relacionamento estável e eliminar o sentimento de culpa.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

Hallowell, Edward M.; Ratey, John J. Driven to Distraction , 1ª edição da Touchstone. New York: Simon and Schuster Inc., 1995. 319p.

CH.A.D.D. Children & Adults With Attention Deficit Disorders - Informações selecionadas da Home Page: http://www.chadd.com, 1998.

Fonte: http://www.ricardomattos.com/add.htm

domingo, 9 de novembro de 2008

Declaração Internacional de Consenso sobre o TDAH

Em janeiro de 2002, um grupo de renomados especialistas de diferentes países, preocupados com a má informação que vem cercando o conhecimento sobre o TDAH, decidiu assinar uma declaração conjunta com a intenção de desfazer uma série de mal entendidos que os meios de comunicação têm veiculado sem fundamento científico.

A lista foi encabeçada por Russell A. Barkley, professor de Psiquiatria e Neurologia da Universidade da Massachussetts Medical School, EUA, e contou com a assinatura de cerca de 80 respeitados profissionais.

Alguns pontos contidos na declaração:

1. Não existe dúvida que o TDAH é um transtorno genuíno.

2. Existe suficiente evidência científica que esse transtorno compromete mecanismos físicos e psicológicos que são comuns a todas as pessoas.

3. As deficiências ocasionadas pelo TDAH podem acarretar sérios prejuízos na vida das pessoas.

4. Existe comprovação que o TDAH pode ser responsável por maior mortalidade, maior morbidade, prejuízos na vida social, no funcionamento familiar, nos estudos, e na aquisição de uma vida independente.

5. As pessoas com TDAH estão mais sujeitas a acidentes.

6. A contribuição maior para a ocorrência desse transtorno se deve a fatores genéticos e neurológicos, sendo que o ambiente familiar contribui pouco para isso.

7. O TDAH não é um problema benigno, pode trazer problemas muito sérios.

8. Quem tem o transtorno apresenta uma chance maior de abandonar os estudos.

9. A pessoa com TDAH está mais sujeita a ter um rendimento baixo no trabalho.

10. Gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, multas de trânsito, conflitos matrimoniais e depressão são mais comuns nessas pessoas.


Fonte:http://www.universotdah.com.br/artigos/artigo_03.php